Publicado em 08 de maio de 2023

Imagine viver com dores no corpo todo, o tempo todo. Parece muito sofrimento? Essa é realidade de muitas pessoas com fibromialgia, uma doença incapacitante que afeta cerca de 2,5% da população mundial. Apesar de não ter cura, com o manejo adequado é possível reduzir e controlar os sintomas em boa parte do tempo. Leia até o final para saber mais sobre a fibromialgia e seu tratamento.

O que é fibromialgia?

A fibromialgia é uma doença crônica caracterizada por dores difusas, espalhadas pelo corpo todo. Outra característica da fibromialgia é uma hipersensibilidade ao toque e à compressão em alguns pontos do corpo. Além desses, outros sintomas comuns são a rigidez muscular, fadiga, fraqueza muscular e alterações do sono. Podem ocorrer também problemas relacionados à memória, ansiedade, depressão, dores de cabeça, tontura e disfunções intestinais. Esses sintomas podem acontecer de tempos em tempos, ou se manter por longos períodos.

O que causa esse quadro ainda não foi esclarecido, mas muitas vezes a doença começa a se manifestar após um trauma físico ou psicológico, ou após uma infecção grave. O quadro de dor generalizada se dá por uma sensibilidade maior à dor, devido à ativação inadequada de regiões cerebrais que controlam a resposta a estímulos dolorosos – como o córtex sensorial primário, córtex posterior da ínsula e a amígdala. Em geral, o quadro começa com uma dor localizada que não passa e depois se espalha por todo o corpo. É comum que algumas situações causem piora do quadro, como excesso de esforço físico, estresse, infecções, exposição ao frio, entre outras.

A fibromialgia afeta de 2% da população brasileira, sendo sete vezes mais comum em mulheres do que em homens. Na maioria dos casos o quadro se manifesta entre 30 e 55 anos. ¹

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da fibromialgia é feito pelo médico com base no relato de sintomas, principalmente a dor difusa, descartadas outras causas possíveis. Para isso, geralmente são solicitados diversos exames laboratoriais e de imagem, além do exame físico detalhado.

Como funciona o tratamento?

Como ainda não existe cura para a fibromialgia, o tratamento é feito visando reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do indivíduo. Alongamentos e exercícios aeróbicos são algumas das intervenções mais eficientes segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia. ²

A abordagem multidisciplinar pode ser a melhor opção. Aliado aos exercícios, o uso de compressas quentes e massagem podem contribuir muito na redução da dor. Podem ser indicados medicamentos como analgésicos não opioides para alívio da dor, e antidepressivos tricíclicos ou ciclobenzaprina para melhora da qualidade do sono. Terapias complementares e alternativas como acupuntura, biofeedback e intervenções quiropráticas também podem ajudar no controle dos sintomas. ³

Além disso, devido ao forte impacto do estresse, estratégias de manejo são sempre bem-vindas. Dentre as estratégias mais difundidas podemos citar: exercícios de respiração, meditação, suporte psicológico e aconselhamento profissional, caso necessário. A depressão é uma comorbidade bastante comum, afetando aproximadamente 50% dos indivíduos com fibromialgia. Quadros de depressão podem piorar a qualidade do sono e a fadiga, por isso deve ser sempre investigada e, quando presente, tratada para possibilitar um manejo melhor da fibromialgia.

A alimentação e a suplementação podem ajudar?

Sim. A alimentação saudável é uma parte importante do manejo de praticamente qualquer doença crônica, e com a fibromialgia não é diferente. Uma revisão sistemática que avaliou 17 intervenções nutricionais diferentes, concluiu que a adoção de uma dieta vegana ou low FODMAP podem reduzir a intensidade de dor reportada pelos pacientes. ⁴

Além disso, a suplementação também pode ser uma aliada no manejo da fibromialgia. A mesma revisão concluiu também que alguns suplementos como a alga Chlorella, as sementes de Nigella sativa, a coenzima Q10, a acetil-L-carnitina e a associação de vitaminas C e E melhoraram significativamente a dor dos indivíduos com fibromialgia. ⁴

Embora a fibromialgia possa ser uma condição debilitante, é importante lembrar que aqueles que sofrem com isso não estão sozinhos. Com a ajuda de uma equipe médica e o apoio de amigos e familiares, é possível encontrar maneiras saudáveis de lidar com a dor e manter uma boa qualidade de vida. E você, conhece alguém que tem fibromialgia?

 

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.