Publicado em 23 de janeiro de 2023

Você já ouviu falar na dieta low FODMAP? Apesar de não ser uma abordagem tão nova, essa dieta tem ganhado destaque após vários influenciadores aderirem. Mas, se feita de maneira inadequada, ao invés de melhorar, ela pode prejudicar sua saúde. Hoje vamos te ajudar a entender um pouco melhor do que se trata e quais as indicações da dieta low FODMAP.

O que é FODMAP?

Trata-se de uma sigla em inglês que pode ser traduzida como: oligossacarídeos, dissacarídeos, monossacarídeos e polióis fermentáveis. Ou seja, são nutrientes que podem sofrer rapidamente um processo de fermentação pelas bactérias da microbiota do trato digestivo.

Esse processo de fermentação libera gases e outras substâncias que podem afetar o funcionamento do nosso intestino, por exemplo. A quantidade liberada e os desconfortos decorrentes dessa liberação variam bastante de uma pessoa para a outra. Se você também é uma das pessoas que quando consome certo tipo de alimento não se sente tão bem, sente inchaço e desconfortos intestinais, talvez seja por algum FODMAP ao qual sua tolerância é baixa. Vale discutir isso com seu nutricionista.

Como funciona a dieta low FODMAP

Na intenção de reduzir os desconfortos causados pelos FODMAP, há poucos anos começou a ganhar destaque a proposta de dieta low FODMAP. Esta abordagem tem como base alimentar itens com baixa concentração destes nutrientes, evitando alimentos ricos em FODMAP. Além disso, ela é feita em etapas.

Geralmente é estruturada em 3 fases. Na primeira fase, são excluídos todos os alimentos ricos em FODMAP. Na segunda, são feitos desafios programados, reintroduzindo esses alimentos por grupos, em quantidades controladas que aumentam progressivamente. Essa fase visa entender os limites de tolerância para cada grupo alimentar para aquele determinado indivíduo. A terceira e última fase é uma fase de adaptação, ou mudança do estilo de vida. Nessa fase a pessoa aprende a evitar ou consumir moderadamente os alimentos com FODMAP que lhes causam mais desconfortos gastrointestinais. ¹

A duração de cada fase pode variar de acordo com o quadro de cada um, sendo de extrema importância o acompanhamento profissional adequado.

Exemplos de alimentos com concentrações diferentes de FODMAP. Adaptado de shutterstock.com, 2023.

Dieta low FODMAP não é para todo mundo

De maneira geral, a exclusão de alimentos ricos em FODMAP da dieta pode ser perigosa se não for feita de maneira adequada, de acordo com as orientações de um bom profissional. Esse tipo de alimento é fonte de diversos nutrientes e sua exclusão pode gerar uma deficiência nutricional. Assim, a dieta low FODMAP quase sempre é recomendada por um tempo limitado.

Se feita adequadamente, no entanto, a dieta low FODMAP pode ser uma abordagem bastante interessante para tratar algumas condições clínicas, principalmente relacionadas ao funcionamento intestinal. Na síndrome do intestino irritável, por exemplo, ela reduz a severidade dos sintomas, reduzindo a dor abdominal e o inchaço. ²

Também pode ser uma estratégia interessante para quem tem outras condições como constipação, distensão abdominal com gases, diarreia e outras doenças inflamatórias intestinais. Seu uso em condições clínicas não diretamente relacionadas ao trato gastrointestinal também tem sido estudado, por exemplo na esclerose múltipla e na fibromialgia, onde a dieta low FODMAP parece auxiliar na melhora de alguns sintomas, mas as evidências ainda são escassas. ²

A alimentação é um dos pilares da boa saúde, e como já repetimos aqui algumas vezes, não há como ser saudável sem ter uma dieta adequada. Se você identificou que algum dos alimentos que comentamos também lhe causa desconfortos, a melhor ideia é comentar com seu nutricionista de confiança. Um bom profissional faz toda a diferença quando buscamos melhorar nossa qualidade de vida, não é mesmo?
 

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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