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Como o exercício físico pode prevenir a diabetes tipo 2?

Publicado em 13 de novembro de 2023

Não cansamos de falar sobre os inúmeros benefícios do exercício físico para a saúde humana, não é mesmo? Mas hoje vamos falar de um efeito particularmente interessante: a modulação do metabolismo da glicose. Em outras palavras, como o exercício físico é capaz de alterar a forma como nosso organismo lida com o açúcar. Isso é ainda mais importante no contexto da diabetes tipo 2, visto que é uma doença majoritariamente ligada à disfunção nesse metabolismo.

A diabetes tipo 2 é uma condição de saúde crônica que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Uma das melhores estratégias para prevenir e gerenciar essa condição é o exercício físico. O exercício não apenas ajuda a manter um peso saudável, mas também desempenha um papel fundamental na melhoria do metabolismo da glicose.

Aumento da sensibilidade à insulina

A insulina é o hormônio responsável por permitir que as células captem glicose da corrente sanguínea para usá-la na produção de energia. Em pessoas com diabetes tipo 2, as células frequentemente se tornam resistentes à insulina, tornando mais difícil a entrada de glicose (se quiser se aprofundar, clique aqui). De maneira simplificada, exercício regular melhora a sensibilidade à insulina, permitindo que as células captem glicose de forma mais eficaz, ajudando a manter os níveis de açúcar no sangue sob controle. 1

Estímulo à captação de glicose muscular

Durante o exercício, os músculos em atividade requerem uma grande quantidade de energia na forma de glicose. Para atender a essa demanda, as células musculares aumentam a expressão de transportadores de glicose, como o GLUT4. Isso facilita a captação de glicose, mesmo na ausência de insulina. Com o tempo, essa adaptação resulta em um controle glicêmico melhor. 2

Além disso, o exercício físico também aumenta a biogênese mitocondrial nos músculos (se quiser entender como isso funciona, clique aqui). Com mais mitocôndrias, aumenta a demanda pelas moléculas que servem de base para a produção de ATP – como a glicose e os ácidos graxos. Isso também contribui para a maior captação de glicose pelo músculo, sendo mediada pela sinalização da insulina (também aumentada) ou independente dela, como explicamos acima. 1,2

Redução do tecido adiposo e da inflamação

O tecido adiposo, especialmente o tecido adiposo visceral, contribui e muito para a resistência à insulina. O exercício ajuda a reduzir a gordura abdominal e o excesso de peso. Com a perda de gordura, ocorre regulação na secreção de adipocinas, com diminuição na liberação de citocinas pró-inflamatórias que agravam muito a resistência à insulina. 1

Redução da síntese e armazenamento hepático

O fígado é responsável por vários processos importantes que influenciam direta e indiretamente a quantidade de glicose disponível para os outros tecidos. Por exemplo, ele funciona como um reservatório de glicose, na forma de glicogênio, e é capaz de metabolizá-lo quando necessário, liberando glicose na circulação sanguínea – mecanismo chamado de glicogenólise. Além disso, ele também é capaz de produzir glicose através de outras fontes que não os carboidratos, como aminoácidos e glicerol – processo chamado de gliconeogênese.

O exercício físico é capaz de melhorar também o metabolismo hepático da glicose. Um dos seus efeitos é reduzir os estoques musculares de glicogênio, o que acaba reduzindo também os estoques hepáticos de glicose, visto que esse açúcar será utilizado para repor as reservas nos músculos. Com isso, o fígado passa a captar mais glicose da circulação sanguínea, reduzindo a glicemia. Além disso, o exercício físico também reduz os depósitos de gordura no fígado (esteatose) – que prejudicam indiretamente o metabolismo da glicose e aumentam o risco ou agravam a resistência insulínica. 3

Melhora da função das células beta do pâncreas

As células beta no pâncreas são responsáveis pela produção de insulina. Em pessoas com diabetes tipo 2, essas células estão sobrecarregadas. O exercício parece melhorar a função das células beta, permitindo que elas liberem insulina de maneira mais eficaz. No entanto, isso parece ser verdadeiro apenas quando ainda existem células beta remanescentes. Já foi demonstrado que 12 semanas de exercícios aeróbicos, 8 semanas de HIIT (treinos intervalados de alta intensidade) ou 6 semanas de CrossFit, são capazes de melhorar o funcionamento das células beta-pancreáticas em adultos com diabetes tipo 2, além de melhorarem também a sensibilidade à insulina em vários tecidos. 1

Efeitos do exercício físico que auxiliam na melhora do perfil glicêmico.1  Adaptado de Freepik.com, 2023.

Qual o melhor exercício para o controle glicêmico?

Os exercícios aeróbicos são os mais estudados (e com mais evidências positivas) no contexto do metabolismo glicêmico e da diabetes. Dentre as modalidades de aeróbico, destacam-se as corridas, caminhadas, ciclismo e natação. No entanto, mais de 80% das pessoas com diabetes também apresentam sobrepeso ou obesidade, além de outras comorbidades que podem comprometer a mobilidade. Para essas pessoas, os exercícios de força são uma ótima alternativa. Já as evidências mais recentes apontam que a escolha ideal é a que combina essas modalidades de exercícios. Então, se não tiver restrições, aposte nestes dois tipos de treinos alternados. 2,4

Embora o exercício seja uma poderosa ferramenta na prevenção e manejo da diabetes tipo 2, é importante destacar que a consulta a um profissional de saúde pode ser necessária antes de iniciar qualquer programa de exercícios, especialmente para pessoas com condições médicas existentes. Além disso, a combinação de exercício com uma dieta equilibrada e a suplementação adequada quando necessário é ainda mais eficaz. E se quiser ler mais sobre a diabetes tipo 2, não deixe de conferir esta publicação que selecionamos para você.

 

 

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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