Publicado em 19 de junho de 2023

Os edulcorantes têm ganhado cada vez mais relevância como alternativas ao açúcar comum. Essas substâncias são amplamente utilizadas como adoçantes em produtos alimentícios e bebidas, proporcionando um sabor doce sem as calorias do açúcar. Dois exemplos populares de edulcorantes são a sucralose e o xilitol, que se destacam por suas características e benefícios.

Sucralose

A sucralose é um edulcorante artificial que é cerca de 600 vezes mais doce que o açúcar, o que permite o uso de quantidades muitíssimo menores para alcançar a mesma doçura do açúcar tradicional. Ela é derivada da sacarose, mas passa por um processo de modificação química que impede sua absorção e metabolização pelo organismo. Isso significa que a sucralose tem um impacto menor nos níveis de glicose no sangue e é considerada segura para pessoas com diabetes se consumida de maneira moderada. ¹

É utilizada como edulcorante, fornecendo sabor adocicado a uma ampla variedade de formas farmacêuticas (como suspensões, xaropes, gomas, chocolates e comprimidos mastigáveis) sem deixar sabor residual amargo ou metálico no paladar. Em comparação com outros edulcorantes, a sucralose apresenta como vantagem sua alta estabilidade em temperaturas elevadas e em pH baixo. Além disso, é altamente solúvel em água e etanol e não influencia no pH das soluções. ^1–3

Xilitol

O xilitol, por sua vez, é um edulcorante natural encontrado em frutas e vegetais, bem como em produtos derivados da madeira. Ele tem um sabor doce semelhante ao do açúcar, porém com menos calorias. Além de ser um adoçante de baixo índice glicêmico, o xilitol também possui propriedades cariostáticas, ou seja, ajuda a prevenir a formação de cáries. Uma metanálise que analisou 16 trabalhos concluiu que o uso do xilitol pode levar a uma redução significativa na incidência de cáries. ^4,5

Além disso, como seu índice glicêmico é baixo o xilitol é uma excelente alternativa para indivíduos com diabetes, pré-diabetes ou outras condições clínicas que envolvam disfunções no metabolismo glicêmico.  ⁵

 O xilitol é quimicamente inerte, não reage com outros excipientes ou ingredientes ativos, permitindo sua utilização como veículo de medicamentos. Assim, em formulações farmacêuticas o xilitol é utilizado como adoçante de preparações orais, agente de corpo – fornece volume às formulações – e conservante – não é substra­to de fermentação de muitos microrganismos e, por isso, evita a contaminação microbiana. ^6,7

Além disso, tem capacidade de retenção da umidade, sendo utilizado também como umectante no preparo de cremes e pomadas. Em razão do seu elevado calor de solução endotérmico, quando em contato com a sa­liva, o xilitol produz uma sensação refrescante na boca. Devido a essa propriedade organoléptica, o xilitol é utilizado para mas­carar o sabor amargo de determinados ativos em formulações farmacêuticas, e também para proporcionar sabor refrescante e realçar o aroma de menta em produtos alimentícios. ^6,7

Embora os edulcorantes sejam uma alternativa interessante ao açúcar, quando são utilizados em produtos alimentícios, é importante lembrar que o consumo moderado é fundamental. Já nas preparações magistrais, as quantidades ingeridas são muito menores, conferindo um bom perfil de segurança aos produtos.

A escolha do edulcorante utilizado nas formulações magistrais é mais um ponto passível de personalização. Nos casos em que mais de uma opção é adequada à preparação, pode ser definida pelo próprio prescritor no momento da prescrição, ou escolhida pelo farmacêutico formulador da maneira mais agradável àquela formulação ou àquele paciente.

É importante lembrar que cada pessoa é única e é essencial buscar orientação profissional para determinar a melhor opção de edulcorante e adequar a sua prescrição ou a sua dieta às necessidades individuais.

 

 

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.