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Disruptores endócrinos: um perigo invisível

Publicado em 26 de setembro de 2022

Talvez você já conheça esse termo, mas mesmo que não saiba do que se trata ainda, você certamente está exposto a eles no seu dia a dia!

Os disruptores endócrinos são compostos químicos presentes em diversas fontes no nosso cotidiano e que são capazes de desregular o funcionamento do sistema endócrino, ou seja, dos nossos hormônios.

A grande maioria dos disruptores endócrinos não gera um efeito tão evidente em curto prazo. O grande problema é que os danos ao organismo tem caráter cumulativo e vão se somando dia após dia, agravando com o passar do tempo. Muitas vezes, inclusive, esses danos só ficam evidentes depois de anos ou décadas de exposição. É o caso de alguns pesticidas que aumentam a incidência de câncer e da doença de Parkinson.

Exemplos de disruptores endócrinos comuns no cotidiano, suas fontes e possíveis danos a saúde. 

Mas, o que os disruptores endócrinos fazem no nosso organismo?

Bem, de maneira geral, eles ativam ou inativam moléculas-chaves no funcionamento dos hormônios. Ao ligar-se a um receptor hormonal, por exemplo, um disruptor endócrino pode disparar uma resposta parecida com a que o hormônio teria, mas de forma completamente equivocada, seja pelo momento ou pela intensidade em que é feita essa ativação.

Os hormônios são os grandes reguladores do funcionamento de todo o organismo. Todos os sistemas fisiológicos são controlados pela sua ação. Eles ditam o ritmo do nosso metabolismo, em que momento nos sentiremos mais dispostos, quando sentiremos fome, quando produziremos os gametas para a reprodução, entre tantos outros exemplos.

A maioria dos nossos hormônios atua em concentrações bem baixinhas (geralmente microgramas, nanogramas ou até picogramas) e é assim que nosso corpo está ajustado para funcionar. Agora, imagine esse sistema bastante sensível exposto diariamente a grandes quantidades de compostos químicos que atuam como disruptores endócrinos. O resultado pode ser um prejuízo imenso nesse equilíbrio e, consequentemente, de todo o sistema que estiver envolvido. Se pegarmos o exemplo de um disruptor com atividade estrogênica, ele poderá afetar todos os mecanismos em que o estrogênio está envolvido, desde a manifestação de características femininas, a reprodução e até mesmo o desenvolvimento do câncer de mama. 1


Sistema endócrino humano e efeito dos disruptores endócrinos. Adaptado de shutterstock.com, 2022.

 

O que podemos fazer?

Infelizmente, não há como evitar completamente a exposição aos disruptores endócrinos. Seja através da alimentação, do ar, da água que bebemos ou a que nos banhamos, estamos expostos a esses compostos, uma vez que eles estão amplamente distribuídos em todas as regiões do mundo. Mesmo em regiões onde a atividade humana é escassa, como as regiões polares, existem concentrações detectáveis de alguns desses desreguladores na água e no organismo dos animais residentes. Isso acontece porque tais substâncias se espalham através da chuva e dos vento e acabam entrando em todas as etapas da cadeia alimentar. No entanto, nos grandes predadores, como o próprio ser humano, esse acúmulo é mais evidente e as concentrações encontradas são mais altas.2,3

Entretanto, podemos tentar reduzir essa exposição com algumas atitudes relativamente simples. Ao comprar um recipiente onde armazenará alimentos, por exemplo, você pode checar na composição se ele é livre de bisfenol A (BPA) e ftalatos (se quiser ler um pouco mais sobre eles, clique aqui. Outra dica é evitar aquecer alimentos em recipientes plásticos, além de não armazenar alimentos enlatados ou embalados em plástico em áreas quentes por muito tempo (como dentro do carro), já que o calor potencializa a liberação desses compostos tóxicos.

Também devemos evitar o consumo de alimentos processados, dar preferência ao consumo de água filtrada e lavar bem as frutas e verduras antes do consumo – para eliminar compostos que podem ficar depositado nas cascas e folhas. Outra medida que pode atenuar um pouco esse cenário é a suplementação com alguns compostos, em especial os antioxidantes. Uma revisão sistemática que avaliou 16 trabalhos que propunham abordagens para amenizar os efeitos tóxicos de alguns disruptores endócrinos (organoclorados) concluiu que a suplementação com vitamina C foi capaz de reduzir seus efeitos. 4

A principal forma de amenizar o impacto dos disruptores endócrinos em nossa saúde é aprender um pouco sobre essas substâncias e ficar atento para, sempre que possível, reduzir a exposição. E você, já conhecia esse perigo invisível?
 


As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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