Publicado em 4 de dezembro de 2020.

O nome Kefir se origina do termo eslavo Keif, que significa "bem-estar" ou “viver bem”, e faz referência aos inúmeros benefícios associados ao seu consumo. Os primeiros relatos da utilização do Kefir datam de mais de dois mil anos antes de Cristo em tribos de regiões montanhosas do Cáucaso (no Tibete ou Mongólia), onde era tradicionalmente passado de geração em geração e considerado uma fonte de riqueza familiar. Ao longo dos séculos, o Kefir despertou interesse na comunidade científica devido aos seus inúmeros efeitos benéficos para a saúde e, atualmente, já se difundiu por todo o mundo, sendo encontrado principalmente na forma de bebidas artesanais.^1,2

Mas afinal, o que é Kefir e quais seus efeitos sobre o organismo humano? Kefir é uma bebida láctea fermentada produzida pela ação de uma associação simbiótica de microrganismos probióticos inseridos em uma matriz complexa de proteínas e polissacarídeos (os grãos de kefir, compostos principalmente de bactérias ácido-lácticas, ácido-acéticas e leveduras). Os grãos de Kefir possuem a aparência semelhante à dos botões florais da couve-flor, de coloração variando do branco ao amarelo cremoso, formato irregular e tamanho entre 0,3 a 3,5 cm de diâmetro.^1,2

Aparência dos grãos de Kefir

No método tradicional de obtenção artesanal de Kefir, estes grãos são adicionados sobre o leite de vaca, ovelha, cabra, búfala ou, ainda, leite de soja ou água com açúcar mascavo e, então, incubados durante um período aproximado de 6 a 48 horas. Ao consumir açucares presentes no leite através de fermentação láctica e alcoólica, os microrganismos presentes nos grãos de Kefir produzem uma série de compostos bioativos (como ácidos graxos de cadeia-curta, peptídeos, aminoácidos e vitaminas), originando o Kefir. Decorrido o período de incubação, esta bebida está pronta para consumo, sendo peneirada para a retirada dos grãos que serão posteriormente reinoculados para fermentações sucessivas.^2,3

A constituição nutricional do Kefir varia de acordo com o tipo de leite, tempo e temperatura de fermentação, condições de armazenamento e, principalmente, composição microbiológica dos grãos utilizados. Em geral, os grãos de Kefir são constituídos de 30 a 100 espécies distintas de microrganismos, incluindo lactobacilos, lactococos mesófilos homofermentativos ou heterofermentativos, leveduras fermentadoras de lactose e não fermentadores de lactose, fungos filamentosos, entre outros. A relação de simbiose (interação benéfica para todos) entre estes microrganismos é essencial para a manutenção da qualidade dos grãos de Kefir e da bebida, e qualquer desequilíbrio nesta composição – ou contaminação – pode acarretar na geração de produtos indesejáveis, sendo esta a principal limitação da produção artesanal de Kefir.^1,2,4,5

Quando produzido de maneira adequada, o Kefir confere inúmeros benefícios à saúde em função das propriedades probióticas destes microrganismos. Dentre estas, se destacam a capacidade de resistir ao pH ácido do estômago, proteção contra a ação de enzimas digestivas e sais biliares ao longo do trato gastrointestinal, a habilidade de aderir ao epitélio intestinal e estimular células do sistema imunológico, bem como a produção de compostos bioativos que modulam o funcionamento de diferentes funções biológicas. Desta forma, o consumo de Kefir favorece o equilíbrio da microbiota intestinal e atenua a colonização por microrganismos patogênicos, além de estar associado à melhora das defesas antioxidantes endógenas e a efeitos anti-inflamatório, imunomodulador e anticarcinogênico.^2,3,5,6

Estudos demonstram que o consumo regular de Kefir reduz a manifestação de alergias e processos inflamatórios, bem como pode estar associado à menor incidência de alguns tipos de infecções e câncer. Além disso, promove uma redução da glicemia, da pressão arterial e dos níveis séricos de colesterol e triglicerídeos, auxiliando na prevenção e no tratamento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão arterial, dislipidemias e obesidade.^2,6-9

Por fim, evidências apontam que o consumo de Kefir pode contribuir para a melhora da digestão da lactose em indivíduos intolerantes devido à atividade insuficiente da β-galactosidase intestinal. Uma vez que esta enzima está presente naturalmente nos grãos de Kefir, ocorre uma redução de aproximadamente 30% do conteúdo de lactose durante a fermentação. Além disso, produtos fermentados como o Kefir retardam o processo de esvaziamento gástrico, auxiliando na digestão da lactose. Desta forma, o kefir pode ser consumido por pessoas com intolerância à lactose, melhorando a digestão deste açúcar e reduzindo a chance de flatulência.^2,10

Active Kefir, por sua vez, consiste da associação de sete cepas de bactérias ácido-láticas isoladas e recombinadas a partir do kefir, na forma de pó, apresentando uma contagem de células viáveis que permite sua utilização como probiótico em diferentes formas farmacêuticas e sem os possíveis inconvenientes associados ao processo artesanal doméstico.

As cepas presentes no Active Kefir apresentam contagem em número de células viáveis superior a 100 bilhões de UFC/g, bem como um revestimento multicamadas que aumenta a sua estabilidade.

Ao atuar através de diferentes mecanismos, as cepas probióticas de Active Kefir auxiliam tanto na prevenção quanto no tratamento da disbiose intestinal e dos sintomas associados (tais como diarreia e constipação). Além de melhorar a composição da microbiota e recuperar a homeostase intestinal, Active Kefir exerce efeito imunomodulador e pode minimizar a ocorrência de doenças locais e sistêmicas, contribuindo para a manutenção da saúde e do bem-estar geral.

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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