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Você sabe como a insônia pode afetar sua saúde e qualidade de vida?

Publicado em 06 de dezembro de 2021.

A insônia é um distúrbio do sono que acomete inúmeras pessoas em todo o mundo, sendo caracterizada pela dificuldade frequente em dormir ou conseguir manter um sono contínuo – sem interrupções – durante toda a noite, bem como pela ausência de um sono reparador. Evidências apontam que todas as pessoas apresentarão, em algum momento de sua vida, um quadro de insônia. Mas você sabe quais são os tipos e as causas da insônia, e como é possível reverter este quadro? 1,2

Tipos de insônia

A insônia pode ser classificada de acordo com o grau de intensidade ou período que acomete um indivíduo, sendo classificada principalmente em dois grupos: insônia aguda ou insônia crônica. A insônia aguda geralmente se manifesta por um curto período de tempo, sendo comumente relacionada com um fator pontual e facilmente identificável (como em episódios de estresse intenso), podendo os sintomas desaparecer naturalmente com o passar do tempo. Em contrapartida, a insônia crônica é caracterizada por longos períodos de privação de sono ou dificuldade de dormir – sintomas que perduram por no mínimo três meses. A insônia crônica está relacionada com diversos fatores, sendo indicada a realização de uma abordagem clínica mais aprofundada para que as causas sejam identificadas de forma correta. 3–5

Etiologia e fisiopatologia da insônia

Apesar de sua alta prevalência e prejuízos significativos à qualidade de vida dos indivíduos acometidos por esta condição clínica, a fisiopatologia e a etiologia da insônia ainda são pouco compreendidas. Frequentemente, a insônia é considerada um distúrbio de hiperexcitação, que se manifesta como um estado de hipervigilância durante todo o dia, seguido de dificuldade em iniciar ou manter o sono durante a noite. O estado de hiperexcitação decorre da desregulação de processos fisiológicos ou cognitivos e emocionais. Estudos demonstram que o estado de hiperexcitação fisiológico é regulado pelo sistema nervoso central e periférico, sendo evidenciado pelo aumento dos batimentos cardíacos, da taxa metabólica, dos níveis séricos de cortisol e do hormônio adrenocorticotrófico, entre outros efeitos. Já a hiperexcitação cognitiva ou emocional está diretamente relacionada com as preocupações do dia a dia, que inicialmente resultam em episódios isolados ou agudos de insônia e que podem evoluir para a cronicidade da doença, visto que os pensamentos migram para a preocupação de não conseguir dormir ou de ter um sono reparador, agravando ainda mais o quadro de insônia. 1,6

A atividade de hiperexcitação pode também estar relacionada com o desequilíbrio entre o ciclo circadiano e o controle homeostático do organismo. O ciclo circadiano (ou processo C) atua como um relógio interno do nosso corpo, regulando o ciclo de sono-vigília por meio da influência da luz e da melatonina (para ler mais sobre o ciclo circadiano, acesso uma publicação do nosso blog através do link). Já o controle homeostático – também chamado de processo S – regula o sono baseado na quantidade de horas que passamos acordados, acumulando e liberando outras substâncias que promovem as sensações de sono e alerta durante o dia. A interação e o equilíbrio entre estes dois processos regulam o ciclo do sono e, portanto, a insônia é considerada um distúrbio complexo que envolve inúmeros processos fisiológicos, cognitivos, sociais e emocionais – estando tanto fatores externos quanto internos associados ao desenvolvimento e progressão desta condição clínica. 6,7

Fatores de risco associados ao desenvolvimento e progressão da insônia

Diversos fatores podem contribuir para a manifestação da insônia, podendo estes estar relacionados com questões ambientais e sociais, bem como com questões fisiológicas – em que há um desequilíbrio da homeostase do sono no organismo. Dentre as causas mais comuns que acarretam na insônia, destaca-se o estresse crônico – resposta física do organismo a um fator externo, como uma ameaça ou emoção. Nesse caso, são liberadas substâncias estimulantes na corrente sanguínea (tais como a epinefrina e o cortisol) que levam a um estado de hiperexcitação. Preocupações com o trabalho, saúde, família e finanças, bem como traumas como a perda de entes queridos, divórcio ou demissões podem provocar o estresse e a hiperexcitação do organismo, o que muitas vezes prejudica o sono e acarreta no desenvolvimento da insônia. 8,9

Ainda, dentre outros fatores, a insônia pode ser provocada por:

  • Horários irregulares de sono, como diferentes turnos de trabalho que podem interferir na homeostase do ciclo de sono-vigília ou, ainda, dormir (tirar uma soneca) muito próximo do horário de deitar;

  • Atividades estimulantes à noite, incluindo o uso de aparelhos eletrônicos antes de dormir;

  • Consumo excessivo de álcool e/ou cafeína;

  • Reações adversas a medicamentos;

  • Distúrbios psicológicos e/ou neurológicos, incluindo depressão, ansiedade, demência e doenças de Alzheimer;

  • Dor física e/ou neurológica, entre outros.

Diferentes condições que podem contribuir para o desenvolvimento e agravo de quadros de insônia.

 

Impacto da insônia crônica sobre a saúde

Quando prolongada, a insônia pode acarretar em danos significativos ao organismo humano. O indivíduo acometido por insônia pode apresentar episódios de irritação, ansiedade, tristeza e apatia, bem como se sentir cansado e indisposto ao longo do dia. Ainda, a insônia pode ocasionar problemas de memória ou dificuldade de concentração (afetando o desempenho escolar ou no trabalho), além de aumentar a probabilidade de acidentes e o risco de desenvolvimento de outras doenças crônicas, incluindo doenças cardiovasculares (como hipertensão), diabetes, obesidade, gastrite e depressão. Desta forma, o tratamento adequado desta condição clínica se faz necessário a fim de garantir a manutenção da qualidade de vida dos indivíduos e o melhor desempenho do organismo, bem como evitar o desenvolvimento de doenças. 3

Estratégias de tratamento

Mudanças nos hábitos de vida podem impactar positivamente a regulação e a qualidade do sono de um indivíduo. Praticar uma boa higiene do sono é uma das abordagens que podem ser realizadas para combater a insônia. A higiene do sono compreende um conjunto de hábitos que auxiliam um indivíduo a dormir melhor, e incluem: 10,11

  • Procurar deitar e levantar no mesmo horário todos os dias, a fim de criar uma rotina de sono;

  • Evitar o uso de aparelhos eletrônicos (como celular, computador e televisão) antes de dormir, visto que a luz destes aparelhos pode dificultar a produção endógena de melatonina e interferir no ciclo circadiano do organismo;

  • Evitar consumir bebidas e alimentos que contenham cafeína (como café, chá preto, chocolate, refrigerante, entre outros), principalmente próximo ao horário de dormir;

  • Praticar exercícios físicos regularmente;

  • Procurar dormir em um ambiente adequado, relaxante e confortável, longe de barulho e distrações;

  • Relaxar antes de dormir, realizar atividades como ouvir uma música calma ou tomar um banho quente pode facilitar na hora de descansar.

Adicionalmente, abordagens farmacológicas também podem ser utilizadas para auxiliar no combate à insônia. Fármacos psicoativos (como benzodiazepínicos e antidepressivos, por exemplo) são comumente utilizados para o tratamento da insônia. No entanto, o uso inadequado destas substâncias pode resultar no desenvolvimento de dependência química e, portanto, outras abordagens farmacológicas são consideradas como primeira escolha no tratamento da insônia – tal como a melatonina. 12,13

A melatonina é uma substância química produzida no organismo humano em condições de baixa luminosidade (geralmente durante a noite), sendo sua liberação regulada pelo núcleo paraventricular (NPV) do hipotálamo. Dentre as principais funções desta substância na manutenção da homeostase do organismo, destaca-se a sincronização do ritmo circadiano e a modulação do ciclo sono-vigília. Desta maneira, diversos estudos têm demonstrado que a suplementação com melatonina pode contribuir para a sincronização do ritmo circadiano e auxiliar na indução, manutenção e qualidade do sono – promovendo a melhora dos quadros de insônia. 14–16

A melatonina pode ser encontrada em sua forma sintética, obtida a partir de espécies vegetais (também chamada de fitomelatonina), bem como em diferentes formas de liberação, incluindo a liberação prolongada ou sustentada. A escolha mais adequada das diferentes formas de melatonina irá depender das características individuais e clínicas de cada paciente. Recomenda-se a orientação de profissional de saúde habilitado para garantir o melhor tratamento e acompanhamento dos quadros de insônia.

Estratégias que podem contribuir para o alívio dos quadros de insônia. Adaptado de www.shutterstock.com, 2021

 

 

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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