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O que é a saúde mitocondrial e como ela auxilia o nosso organismo?

Publicado em 5 de fevereiro de 2021.

O termo saúde mitocondrial ou “cuidados com as mitocôndrias” começou a ser utilizado no início da década de 1960, quando foram descobertas as primeiras “doenças mitocondriais” – doenças genéticas e hereditárias caracterizadas pela deficiência ou diminuição da atividade das mitocôndrias, que levam à produção insuficiente de energia para as células.  Atualmente, inúmeros estudos já demonstraram que a saúde de um organismo complexo (como o dos seres humanos) está intimamente relacionada ao correto funcionamento destas pequenas organelas presentes no interior das nossas células. Mas o que são as “mitocôndrias” e como estão relacionadas com a nossa saúde?

A mitocôndria [do Grego “mitos” (filamento/linha) + “chondrion” (grânulo/partícula), é uma organela – estrutura intracelular que realiza atividades essenciais para o funcionamento da célula – responsável pela produção de energia. Assim, as mitocôndrias estão presentes em praticamente todas as células do nosso organismo, em maior ou menor quantidade conforme o tipo celular e a necessidade energética de cada órgão ou tecido.1

As mitocôndrias funcionam como fábricas, produzindo e armazenando ATP (adenosina trifosfato), principal fonte de energia para as funções celulares. Através de um processo metabólico conhecido como “respiração celular”, a energia armazenada entre as ligações químicas das moléculas de glicose e também de outros produtos orgânicos (como os ácidos graxos) é retirada e, então, incorporada às ligações com grupamentos fosfato nas moléculas de ATP. Desta forma, a energia armazenada nas moléculas de ATP é gradualmente liberada e consumida conforme as necessidades do organismo, sendo necessária para diversas funções vitais, tais como a síntese de proteínas, a neurotransmissão, os batimentos cardíacos, a contração muscular, entre muitas outras.1,2

O processo de respiração celular converte a glicose e os ácidos graxos em energia (ATP) para o funcionamento do organismo.

Devido à importância desta organela para o funcionamento celular, pequenas falhas ou variações na eficiência da produção de ATP podem resultar em grandes prejuízos para a célula, assim como podem estar relacionadas com a senescência e a senilidade – processos de envelhecimento do organismo.3

A mitocôndria, além de ser a principal responsável pela produção energética da célula, também é a maior produtora de espécies reativas de oxigênio (ROS) do organismo, incluindo o ânion superóxido (O2-), o radical hidroxila (OH-) e o peróxido de hidrogênio (H2O2). Estas moléculas, por sua vez, são altamente reativas e podem provocar danos irreversíveis à estrutura celular, comprometendo a sua funcionalidade. Quando a mitocôndria está saudável, estas espécies reativas são rapidamente consumidas por novas reações ou neutralizadas por moléculas e enzimas presentes no citoplasma mitocondrial. Entretanto, o aparecimento de pequenas mutações pode provocar um desbalanço na capacidade da mitocôndria de neutralizar ROS, o que resulta em estresse oxidativo e reduz a eficiência na produção de energia, acelerando o processo de envelhecimento.4

A saúde mitocondrial está diretamente envolvida com um processo de envelhecimento gradual e saudável (senescência), enquanto que pequenas alterações na estrutura e/ou função desta organela podem provocar um desequilibro na saúde do organismo, acelerando o envelhecimento e aumentando o risco de desenvolvimento de diversas doenças (senilidade).

Em longo prazo, mutações que comprometem a estrutura e/ou a função das mitocôndrias podem afetar o funcionamento do organismo e favorecer o desenvolvimento de diversas doenças. No tecido muscular, por exemplo, a baixa atividade mitocondrial está associada a danos celulares decorrentes do acúmulo de ROS, o que reduz a capacidade de contração, o tônus e a força muscular, facilitando o desenvolvimento da sarcopenia – processo de perda de massa muscular. Já no tecido ósseo, o aumento do estresse oxidativo favorece o remodelamento tecidual – processo de retirada do cálcio e degradação da matriz óssea – aumentando a fragilidade e o risco de fraturas (osteoporose). Ainda, as manifestações clínicas associadas aos danos mitocondriais podem atingir o sistema nervoso central, nervos periféricos, olhos, além dos sistemas endócrino, cardiovascular, digestivo e renal.5,6

Mutações mitocondriais levam ao aumento da produção e liberação de ROS para o citoplasma, resultando em danos celulares e favorecendo o desenvolvimento de inúmeras doenças.

Neste contexto, abordagens que promovam uma melhora na atividade desta pequena organela são essenciais para a manutenção da saúde do organismo. Estudos vêm apontando que algumas mudanças no estilo de vida são grandes aliadas e auxiliam na proteção da integridade mitocondrial. Dentre estas, se destacam a prática regular de exercícios físicos, a adesão a hábitos alimentares saudáveis (baixa ingestão de açúcares e gorduras) e a suplementação com antioxidantes. Além disso, a redução da ingestão de alimentos calóricos próximo ao horário de dormir e a prática de jejum intermitente também estimulam o gasto energético, além de atenuar a produção de ROS e estimular a biogênese mitocondrial (produção de novas mitocôndrias pela célula). Junto a isso, priorizar um sono adequado, se expor à luz do Sol regularmente e reduzir o estresse diário são maneiras de reduzir a produção de radicais livres e de aumentar a produção de antioxidantes endógenos, auxiliando no processo de envelhecimento saudável e reduzindo os riscos de desenvolvimento de doenças crônicas.

 

 

O Ácido R Alfa Lipóico – único isômero biologicamente ativo do ácido lipóico – é um composto dissulfeto sintetizado pelas mitocôndrias e que desempenha um papel importante no metabolismo energético celular. Presente também em diversas fontes alimentares (incluindo o espinafre, o brócolis e o tomate), o Ácido R Alfa Lipóico atua como um importante antioxidante, prevenindo contra danos oxidativos em diferentes estruturas e organelas celulares. Desta forma, o Ácido R Alfa Lipóico neutraliza espécies reativas presentes em organelas, no citoplasma, em membrana lipídica ou no espaço extracelular, além de atuar como receptor de elétrons, regenerando enzimas e moléculas antioxidantes reduzidas (tal como as vitaminas C e E, a ubiquinona e a glutationa). Na mitocôndria, o Ácido R Alfa Lipóico também participa da síntese de diferentes enzimas mitocondriais, bem como previne que estas enzimas sofram danos oxidativos gerados por ROS, aumentando a sobrevida da organela e melhorando a eficiência da respiração celular.

Ainda, o Ácido R Alfa Lipóico também atua na modulação de vias de sinalização da insulina no músculo esquelético, ao prevenir o processo oxidativo intracelular, além de reduzir a síntese de triglicerídeos nos adipócitos. Desta forma, a suplementação com o Ácido R Alfa Lipóico contribui para a prevenção e tratamento de diversas doenças metabólicas (como a obesidade, a diabetes e a esteatose hepática não alcoólica), doenças cardiovasculares e doenças relacionadas ao envelhecimento, tais como alguns casos de demência e o processo de envelhecimento cutâneo.

Principais vias de ação do Ácido R Alfa Lipóico no organismo. A atividade antioxidante deste composto previne o estresse oxidativo, reduz a síntese de lipídeos e melhora a tolerância à insulina.
 
 
 

A Adenosina 5-trifosfato ou Trifosfato de Adenosina (ATP) é a principal fonte de energia intracelular, desempenhando um papel bem definido no metabolismo celular. Formado a partir de 3 moléculas de fosfato, uma ribose e um grupamento de adenina, o ATP libera grande quantidade de energia quando sofre o processo de desfosforilação (liberação do grupamento fosfato), sendo fundamental para o funcionamento adequado das células. Ainda, o ATP também participa da neurotransmissão, da contração muscular, da vasodilatação, síntese e degradação do glicogênio hepático, além de estar envolvido na percepção e no processamento da dor.

 

Assim, tem sido demonstrado que a suplementação com ATP auxilia na redução da fadiga muscular e promove um aumento do fluxo sanguíneo e aporte de nutrientes para os músculos, atenuando a fadiga e contribuindo para a melhora do desempenho, da força e da resistência física.

A Adenosina 5-trifosfato (ATP) apresenta ação intra e extracelular, aumentando o aporte nutricional e energético, além de prevenir o estresse oxidativo e atuar na sinalização celular.

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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