Active Caldic

0

Blog

Câncer de pele: saiba quais são os riscos da exposição excessiva à luz solar e como reduzi-los

Publicado em 13 de dezembro de 2021.

Um aumento crescente da incidência de câncer de pele vem sendo observado nos últimos anos, dentre os quais o câncer de pele não melanoma é o mais incidente no Brasil. Estima-se que cerca de 80 a 90% dos casos de câncer de pele estejam associados à exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV) e, desta forma, o uso de protetor solar – que bloqueia a radiação UV – é a principal forma de prevenir o desenvolvimento desse tipo de câncer e também o envelhecimento cutâneo.  Atualmente dispomos de diferentes abordagens de uso tópico e oral que podem auxiliar na prevenção contra os efeitos deletérios da radiação UV no nosso organismo. Conheça algumas nesta publicação! 1

Quais os tipos de câncer de pele e os fatores de risco para desenvolvimento da doença?

O câncer de pele, é classificado como câncer do tipo melanoma e não melanoma, sendo mais prevalente em pessoas com pele branca do que com pele escura. Ainda, o carcinoma basocelular e o carcinoma de células escamosas são as formas mais comuns de câncer de pele do tipo não melanoma. Ambos se originam a partir de mutações em queratinócitos epidérmicos e são decorrentes da exposição cumulativa aos raios UV. Por outro lado, o câncer do tipo melanoma tem sido relacionado diretamente com a exposição excessiva ao sol durante a adolescência e o número de queimaduras solares que aconteceram entre os 15 e 20 anos de idade. Por essa razão, são frequentes em regiões do corpo mais expostas ao sol, como pescoço e cabeça. 1,2

A radiação UV pode induzir a carcinogênese através de dois mecanismos diferentes: danificando o DNA celular – o que favorece o desenvolvimento de mutações – e reduzindo a capacidade do sistema imune local em reconhecer e remover células cancerosas. Adicionalmente, outros fatores de risco relacionados ao desenvolvimento de câncer de pele (tanto não melanoma quanto melanoma) incluem o histórico familiar, a exposição a produtos químicos, a infecção com papiloma vírus humao (HPV), a cor da pele e o comprometimento do sistema imunológico. 2

Principais fatores de risco associados ao desenvolvimento do câncer de pele. Adaptado de www.shutterstock.com, 2021.

 

Existe tratamento para o câncer de pele?

O tratamento do câncer de pele depende do estágio da doença, da localização e da condição geral de saúde do paciente. Nos casos que a lesão é bem localizada e isolada, pode ser realizado a crioterapia – resfriamento rápido da pele mediante aplicação de nitrogênio líquido. Quando a lesão está em mais de uma área, cada uma pode ser tratada individualmente. Embora alguns medicamentos tópicos possam ser utilizados para o tratamento do câncer não melanoma, lesões maiores que 2 cm muitas vezes necessitam de procedimentos cirúrgicos. Já as formas mais agressivas de câncer – como o câncer do tipo melanoma – podem ser tratados com radioterapia e medicamentos sistêmicos, ou ainda, podem ser removidos cirurgicamente. O diagnóstico em estágios iniciais aumenta as chances de sucesso no tratamento. 1

É possível prevenir o desenvolvimento do câncer de pele?

Visto que a maior parte dos casos de câncer de pele decorre da exposição aos raios UV, a aplicação de protetor solar e o uso de fotoprotetores orais são as melhores opções para evitar o desenvolvimento da doença. Estudos pré-clínicos conduzidos durante as décadas de 80 e 90 demonstram que a aplicação de filtro solar previne o desenvolvimento de células cancerosas. Já nos anos 2000, um estudo clínico acompanhou 1484 pacientes por 8 anos e observou que o uso diário de filtro solar reduz cerca de 38% o número de células escamosas cancerosas, bem como de suas células precursoras (para ler o estudo completo acesse o link). Atualmente é consenso que o uso de filtro solar é a melhor estratégia para previnir o desenvolvimento da doença. 3–5

Como surgiram os filtros solares?

O uso de produtos para reduzir os danos causados pelo sol é uma prática muito antiga na humanidade. Atualmente, em especial nos países tropicais, a maioria das pessoas busca se expor ao sol e o bronzeado é comumente associado com beleza corporal. Contudo, nem sempre foi assim. No Egito antigo a palidez era considerada um fator atrativo de beleza, o qual era difícil de manter, tendo em vista a alta incidência de raios solares nesta região. Foram encontrados em papiros egípcios registros de alguns componentes que eram utilizados para prevenir as queimaduras solares, reparar ou clarear a pele, tal como farelos de arroz, extratos de “lupine” (tremoço) e jasmim – os quais continuam sendo utilizados até hoje.  Durante a Segunda Guerra Mundial, o farmacêutico americano Benjamin Greene, desenvolveu uma substancia gelatinosa contendo petrolato (a qual era originalmente para uso animal), que foi enviada para os soldados utilizarem como proteção solar. Mais tarde, ele desenvolveu uma fórmula com maior aceitação pelos consumidores e se tornou o fundador da marca Copertone. 6

Desde a descoberta da contribuição da luz solar nas queimaduras de pele, em 1820, o potencial de diversas substâncias em reduzir tais efeitos tem sido investigado. A combinação destas substâncias na forma de loções e pomadas foi realizada em 1891 pelo alemão Friedrich Hammer, responsável pela criação do primeiro protetor solar químico da história. A primeira suposição documentada de que a exposição solar repetida poderia ser a causa do câncer de pele data de 1894, a partir da observação da alta incidência de alterações cutâneas em marinheiros e trabalhadores dos vinhedos na França. A relação entre raios solares e o câncer de pele foi analisada de forma científica pela primeira vez em 1928 pelos mesmos pesquisadores, que desenvolveram o primeiro protetor solar comercial. Esse protetor era composto de salicilato de benzila e cinamato de benzila, compostos que absorvem raios UVB. Apenas em 1969 foram descritos os primeiros relatos científicos dos danos que os raios UVA provocam sobre a estrutura da pele, acelerando o envelhecimento.  A partir dessa descoberta cunhou-se o termo fotoenvelhecimento e, 10 anos mais tarde, foram formulados filtros solares com proteção UVA.  6

A proteção solar diária previne o surgimento de rugas, linhas de expressão, pigmentação e telangiectasia (vasinhos dilatados). Um estudo que acompanhou 903 adultos (idade inferior a 55 anos) por 4 anos e meio, demonstrou que o uso diário de protetor solar reduziu em cerca de 25% o envelhecimento cutâneo em relação ao grupo que realizou o uso esporádico do fotoprotetor. Desta maneira, especialistas têm recomendado o uso de filtros com FPS de no mínimo 15. 7

Mas o que é o FPS?

A radiação solar é composta por 90% de raios UVA e 10% de raios UVB. Os raios UVA têm a capacidade de penetrar na derme e aumentar a formação de radicais livres, enquanto os raios UVB penetram até a epidemerme e modificam a estrutura do DNA celular. A composição de um protetor solar consiste em um composto químico (orgânico) e um composto físico (inorgânico), os quais bloqueiam a radiação UV. 1

 A sigla FPS significa Fator de Proteção Solar e representa a medida de quanto um filtro solar protege a pele dos raios UVB. Tal medida é determinada pela razão entre o tempo necessário para que ocorra edema (vermelhidão) decorrente da esposição ao sol na pele protegida pelo filtro solar e na pele não protegida. Logo, o FPS que verificamos nas embalagens é uma medida relacionada ao tempo de proteção proporcionado pelo filtro. O filtro solar FPS 15, FPS 30 e FPS 60 bloqueiam 93%, 97% e 98% dos raios UVB, respectivamente. Nessa comparação, a maior diferença entre esses está no tempo que dura a proteção. A legislação vigente no Brasil exige que os filtros solares comercializados apresentem pelo menos 1/3 da proteção descrita no rótulo de proteção UVA. 8

A quantidade de protetor aplicada na pele para a determinação do FPS é de 2 mg/cm2 de pele – uma quantidade superior à aplicada pela população em geral, que varia de 0,4 a 1,3 mg/cm2. Ainda, é importante ressaltar que além de uma quantidade adequada, é necessário reaplicar o filtro após suor intenso, contato prolongado com a água ou esfoliação pela areia, por exemplo. 8,9

Não é aconselhado a aplicação de filtro solar em bebês menores que 6 meses de idade, pois estes apresentam camadas de pele mais finas, facilitando a absorção de alguns componentes da formulação. Para esses, é aconselhado limitar a exposição ao sol e utilizar roupas protetoras. 6

Benefícios associados ao uso de filtro solar. Adaptado de www.shutterstock.com, 2021.

 

Quais são os fotoprotetores orais?

Além da aplicação de filtros solares sobre a pele, alguns agentes fotoprotetores orais também podem auxiliar na prevenção contra os danos causados pelo sol. Dentre esses, destacam-se Polypodium leucotomos, Olive leaf, astaxantina e nicotinamida (forma ativa de vitamina B3).

Polypodium leucotomos exerce efeito fotoprotetor devido sua capacidade de aumentar a dose eritematosa mínima (MED) – parâmetro que avalia o tempo mínimo de exposição à radiação UV capaz de gerar vermelhidão na pele. Estudos demonstram que a suplementação pela via oral com extratos de Polypodium leucotomos reduz as queimaduras solares e atenua os efeitos deletérios da radiação UV. 10 Além deste, alguns estudos clínicos demonstram o efeito da suplementação via oral com nicotinamida (vitamina B3) em prevenir a imunossupressão induzida pela radiação UV na pele. Além disso, a nicotinamida previne contra danos ao DNA, reduzindo o risco do desenvolvimento do câncer de pele. 11–13

Outro ativo capaz de proteger contra os danos UV é a astaxantina, que também reduz significativamente as linhas de expressão em mulheres acima de 45 anos quando administrado por via oral.  Desta forma, esse composto contribui para a manutenção da saúde da pele. A suplementação com Olive leaf, por sua vez, também se mostrou eficiente em promover a melhora do aspecto da pele, reduzindo o eritrema (vermelhidão) e a hiperpigmentação. 14, 15, 16

Salienta-se que o uso de fotoprotetores orais não exclui a necessidade de aplicação de protetor solar sob a pele exposta. Desta forma, a associação da aplicação de protetor solar com a suplementação de fotoprotetores orais pode potencializar a prevenção do desenvolvimento do câncer de pele, bem como dos sinais do fotoenvelhecimento. 

 

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

Prescritores e farmacêuticos que desejarem obter mais informações sobre os nossos insumos podem entrar em contato com o nosso SAC por meio do e-mail sac@activepharmaceutica.com.br ou pelo 0800 001 1313.

Será um prazer atendê-los!

Gostou do conteúdo?

https://www.activepharmaceutica.com.br/images/496095183.png

 Siga nosso Instagram e acompanhe outros assuntos: @activepharmaceutica