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Qual é a melhor forma de suplementar magnésio?

Publicado em 16 de agosto de 2021.

O magnésio (Mg) é um dos minerais mais abundantes do nosso organismo, sendo essencial em um grande número de processos metabólicos. É um cofator importante para o funcionamento de cerca de 300 enzimas envolvidas no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas, além de estar associado à produção e liberação de energia na forma de adenosina trifosfato (ATP). Atua, ainda, no metabolismo do cálcio e do fósforo, na síntese e estabilização de macromoléculas, na contração muscular e na neurotransmissão. 1

Por que é importante suplementar magnésio?

O consumo de magnésio ocorre principalmente através da alimentação e da ingestão de água. No entanto, a quantidade de magnésio disponível nos alimentos diminuiu significativamente nos últimos anos em decorrência do processamento e refinamento industrial. Além disso, algumas condições clínicas como diarreia crônica, alcoolismo e utilização de medicamentos (que incluem diuréticos, antiácidos e inibidores da bomba de prótons) podem diminuir a absorção deste mineral e a sua utilização pelo organismo. Como consequência, quadros de deficiência de magnésio podem resultar em sintomas de fraqueza e aumento de espasmos musculares, cãibras e aumento da irritabilidade. Mais recentemente, a deficiência de magnésio também vem sendo associada a desenvolvimento de diversas doenças, tais como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, fibromialgia, ansiedade e osteoporose. 1,2

Neste contexto, um estudo recente demonstrou a associação entre a redução dos níveis séricos de magnésio e a manifestação de sintomas de estresse – reação fisiológica do organismo frente a situações que geram alerta, provocando alterações físicas e emocionais. Em algumas situações, a resposta ao estresse pode ocorrer de forma exacerbada, provocando manifestações psicopatológicas que podem resultar em depressão, transtorno da ansiedade/estresse e transtorno do estresse pós-traumático.  O papel do magnésio na resposta ao estresse tem sido amplamente investigado, sendo considerado um mineral essencial para a normalização da neurotransmissão nesta condição. Ainda, evidências apontam que os níveis de magnésio no organismo tendem a reduzir em decorrência do estresse, gerando um ciclo que agrava esta condição. Visto que o estresse promove o esgotamento de magnésio e que a deficiência de magnésio intensifica os sintomas associados ao estresse, a suplementação deste mineral pode ser considerada uma alternativa interessante para auxiliar no tratamento de algumas condições clínicas, incluindo ansiedade e depressão. Para acessar o estudo completo, acesse o link.

Desta forma, além de promover diversos benefícios à saúde do organismo, estudos apontam que a suplementação de magnésio pode contribuir para a prevenção e tratamento de transtornos psiquiátricos, bem como de outras doenças relacionadas com a deficiência deste importante mineral.

Mas você sabe qual é a melhor forma de suplementar magnésio?

Formas de suplementação de magnésio

Diferentes formas de suplementos de magnésio podem ser encontradas, visto que devido à sua carga positiva este mineral obrigatoriamente precisa estar ligado a outras substâncias químicas para formar um composto mais estável – resultando na formação de sais inorgânicos ou orgânicos, além de quelatos ou complexos. Dentre os diferentes compostos que contêm magnésio destacam-se os sais inorgânicos (como hidróxido de magnésio, cloreto de magnésio, óxido de magnésio e carbonato de magnésio), os sais orgânicos (como citrato de magnésio e gluconato de magnésio), bem como os quelatos e complexos de magnésio – que incluem magnésio bisglicinato, malato de magnésio, magnésio glicil glutamina, aspartato de magnésio, orotato de magnésio e magnésio treonato. Devido às suas estruturas químicas, tais formas de magnésio apresentam diferentes propriedades físico-químicas que influenciam a sua absorção, disponibilidade, valor biológico e atividade farmacológica, sendo necessária a melhor compreensão das necessidades de cada indivíduo para determinar a forma mais adequada de suplementação. 3

Sais inorgânicos

Dentre os sais inorgânicos mais utilizados destacam-se o hidróxido e o carbonato de magnésio – amplamente utilizados em produtos comerciais, como antiácidos e laxativos – e o óxido de magnésio, frequentemente encontrado em suplementos devido ao seu baixo custo e reduzido tamanho molecular, permitindo que grandes quantidades possam ser incorporadas em diferentes formas farmacêuticas como, por exemplo, cápsulas e comprimidos. No entanto, os sais inorgânicos apresentam baixa biodisponibilidade pela via oral, visto que são geralmente insolúveis em água e no pH intestinal, o que reduz a sua absorção. Ainda, o uso de sais inorgânicos de magnésio está associado com a manifestação de efeitos adversos no trato gastrointestinal (como diarreia), inviabilizando seu uso como forma de suplementação de magnésio. 2,4

Sais orgânicos

Os sais orgânicos, em sua maioria, apresentam maior biodisponibilidade quando comparados com os sais inorgânicos, visto que são melhor absorvidos pelo trato gastrointestinal após a administração pela via oral. O citrato de magnésio é uma forma de sal orgânico amplamente encontrado em suplementos, sendo considerado uma opção adequada para a suplementação de magnésio. Contudo, como o citrato não é absorvido de forma significativa no intestino, o citrato de magnésio também pode reduzir a consistência das fezes e provocar diarreia quando utilizado em concentrações mais elevadas. 5–7

Quelatos

Os quelatos, quelados ou quelatados são a forma de suplementação de minerais que apresenta melhor biodisponibilidade e que não provoca irritações significativas do trato gastrointestinal, sendo uma excelente maneira de suplementar magnésio. Tais compostos são caracterizados pela associação (através de ligações covalentes) de um mineral com um ou mais compostos orgânicos, tais como aminoácidos, proteínas ou polissacarídeos. Em contrapartida, por serem moléculas que apresentam maior peso molecular, o teor de mineral incorporado é geralmente menor. No entanto, a associação com moléculas orgânicas confere ao mineral maior proteção e estabilidade para suplementação pela via oral, o que contribui para a melhor absorção, biodisponibilidade e tolerabilidade por esta via. Com isso, a suplementação de minerais quelados não requer a utilização de doses elevadas para garantir que tais micronutrientes sejam disponibilizados em quantidades adequadas ao organismo, assim como está associada à menor incidência de reações adversas.8,9

Como uma alternativa para a suplementação do mineral magnésio destaca-se o magnésio bisglicinato (ou apenas magnésio glicinato), que é considerado uma das formas mais populares. É constituído da associação de magnésio com duas moléculas de glicina – aminoácido que possui efeito calmante, além de estar envolvido em processos de detoxificação celular. Embora diferentes aminoácidos possam ser utilizados como ligantes para a obtenção de minerais quelatos, a glicina é uma alternativa adequada devido ao seu pequeno tamanho de partícula e capacidade de formar ligações covalentes estáveis, que envolvem e protegem o mineral, criando uma molécula isenta de carga elétrica. Assim, quando administrado pela via oral, o magnésio quelato não é dissociado em uma partícula eletricamente carregada ao passar pelo pH ácido do estômago, além de não interagir com outros nutrientes devido a sua menor reatividade química – efeitos que potencializam sua absorção e reduzem o acúmulo deste mineral no trato gastrointestinal, minimizando a ocorrência de transtornos funcionais do intestino. Ainda, a absorção do magnésio bisglicinato ocorre de forma ativa através de proteínas transportadoras de aminoácido, diferentemente da absorção de minerais inorgânicos que ocorre por difusão passiva. Desta forma, o magnésio bisglicinato é hidrolisado e se dissocia apenas após sua absorção, aumentando a biodisponibilidade de magnésio no organismo. O magnésio bisglicinato tem demonstrado benefícios sobre a saúde cardiovascular, redução da ansiedade e tratamento adjuvante da depressão, bem como para a melhora da saúde osteoarticular. 3,8,9

Já o malato de magnésio, é constituído da associação de magnésio com ácido málico e, assim como o magnésio bisglicinato, também favorece a rápida absorção no trato gastrointestinal através de proteínas transportadoras de aminoácidos, promovendo maior biodisponibilidade de magnésio no organismo. Adicionalmente, o ácido málico é um composto essencial para a produção de energia, participando do processo de respiração celular e promovendo um aumento da produção de adenosina trifosfato (ATP). A deficiência de ácido málico tem sido associada ao desenvolvimento da fibromialgia – síndrome caracterizada pela manifestação de dor musculoesquelética crônica e generalizada. Desta forma, além de favorecer a absorção do mineral elementar no epitélio intestinal, a suplementação com malato de magnésio também pode auxiliar no tratamento da fibromialgia, bem como promover o aumento do aporte energético, reduzir a fadiga muscular e contribuir para o tratamento de doenças neuromusculares. 10–12

Magnésio Treonato

O magnésio treonato, por sua vez, é um complexo de magnésio formado pela associação com L treonato – um metabólito da vitamina C que favorece o transporte pela barreira hematoencefálica, aumentando a biodisponibilidade de magnésio no sistema nervoso central (SNC), o que contribui para a formação de sinapses e melhora da sinalização celular. Portanto, diferentemente dos minerais quelatos que tem como principal objetivo a suplementação de magnésio, a suplementação com magnésio L treonato tem sido amplamente utilizada para a manutenção da função cognitiva, melhora da memória e do aprendizado, bem como prevenção de doenças neurodegenerativas (incluindo as doenças de Alzheimer e Parkinson). 1,13

Diferentes formas de suplementação de magnésio. Adaptado de www.shutterstock.com, 2021.

 

As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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