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Melatonina e o câncer de próstata: Novas perspectivas?

Publicado em 03 de maio de 2021.

Depois do câncer de pele do tipo não melanoma, o câncer de próstata é o tipo de câncer mais comum entre homens, sendo a sexta causa de morte por câncer no mundo. Mundialmente, estima-se mais de 2 milhões de novos casos e de 700 mil mortes decorrentes de câncer de próstata entre os anos de 2020 a 2040, enquanto que no Brasil estes números ultrapassam 65 mil novos casos e 15 mil mortes. 1

Este tipo de câncer acomete principalmente homens com mais de 50 anos de idade e é considerado um câncer de crescimento lento. No entanto, em alguns casos, os tumores podem crescer de forma rápida, espalhando-se para outros órgãos (metástase) e ocasionalmente levando o indivíduo a óbito. A evolução do câncer de próstata é geralmente silenciosa (assintomática), ou se assemelha aos sintomas do crescimento benigno da próstata, tais como a necessidade de urinar com frequência e a disúria (dificuldade ou dor ao urinar). Já nos estágios mais avançados, o câncer de próstata pode provocar, ainda, dor óssea, infecção generalizada e insuficiência renal. 1,2

O tratamento do câncer de próstata varia de acordo com o estágio e localização da doença, incluindo abordagens como a radioterapia, cirurgia e terapia hormonal. Ainda, o diagnóstico precoce influencia diretamente a escolha da abordagem terapêutica e o prognóstico da doença. Além disso, embora muitas vezes sejam eficazes, algumas abordagens utilizadas para o tratamento do câncer de próstata podem levar à manifestação de efeitos adversos severos (como problemas urinários, disfunção sexual, cansaço e mal-estar), reduzindo a qualidade de vida do paciente. Adicionalmente, em estágios mais avançados da doença, as chances de tratamento e remissão são reduzidas, o que aumenta a taxa de mortalidade. Desta forma, diversos estudos são realizados para aprimorar a terapêutica convencional, bem como desenvolver novas abordagens que, além de promover a cura definitiva, também possam manter a qualidade de vida do paciente. 3

Neste contexto, um estudo realizado no final do ano de 2020 demonstrou o potencial terapêutico contra o câncer de próstata de um fármaco amplamente conhecido: a melatonina. A melatonina (conhecida como o hormônio do sono) é um hormônio secretado pela glândula pineal no cérebro, que exerce efeitos cronobióticos e regula diferentes funções fisiológicas ligadas ao ritmo circadiano. No estudo observacional realizado pelo grupo de pesquisadores russos, foi sugerido que o possível efeito benéfico da melatonina no tratamento do câncer esteja associado à ativação de células T auxiliares e ao aumento da produção de citocinas, além da inibição do fator de crescimento vascular endotelial (VEGF) e da angiogênese tumoral. Através da modulação de tais processos, a melatonina poderia contribuir para a redução da proliferação, crescimento e progressão das células tumorais. 4

Possíveis mecanismos de ação envolvidos nos efeitos da melatonina no tratamento do câncer. Adaptado de www.shutterstock.com, 2021

 

O estudo em questão incluiu 955 homens em tratamento para o câncer de próstata no Centro de Pesquisa em Radiologia e Tecnologias cirúrgicas da Rússia. Dos 955 pacientes, 396 homens fizeram uso de 3 mg de melatonina, uma vez ao dia, ao término do tratamento por radioterapia ou, em alguns casos, em associação à terapia hormonal ou à quimioterapia. Em pacientes que apresentavam um prognóstico ruim da doença, o tratamento com melatonina prolongou para 153,5 meses a sobrevida média (taxa em que 50 % dos pacientes ainda estão vivos após um período de tempo), um aumento significativo em relação aos pacientes que não utilizaram melatonina (64 meses). Ainda, a taxa de sobrevida em 5 anos foi de aproximadamente 66% e 53% no grupo que recebeu melatonina e no grupo controle, respectivamente. Estes resultados indicam que o tratamento com melatonina aumentou em até 13 meses a sobrevida dos pacientes com prognóstico ruim para o câncer de próstata. No entanto, os pesquisadores salientam a necessidade que mais estudos devem ser realizados a fim de se avaliar a eficácia da melatonina no tratamento do câncer de próstata e de outros tipos de câncer. O estudo completo pode ser acessado através deste link

 

 


As informações fornecidas neste blog destinam-se ao conhecimento geral e não devem ser um substituto para a orientação de um profissional médico ou tratamento de condições médicas específicas. As informações aqui apresentadas não têm o objetivo de diagnosticar, tratar, curar ou prevenir qualquer doença.

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